sexta-feira, 28 de julho de 2017

Há quinze anos, Atlético de Cajazeiras conquistava o Campeonato Paraibano de Futebol:


É… Campeão
 
Atlético conquista o primeiro título em 54 anos de sua história
 
CRISTINA MOURA:
 
O “time da sopa” ganhou. Chegando ao final com 19 pontos, conquistados também pela ausência do Campinense na última partida, no Estádio Perpétuo Correia Lima, o Atlético, o “time da fome”, ganhou. Foi a vitória do time “sem-salário” também.
Não eram poucas as expressões ou apelidos que corriam na cidade para definir a equipe que, apesar de tão espezinhada no primeiro turno e no decorrer dos últimos anos, reagiu, ressurgiu com a ajuda dos amantes do futebol. O “time da sorte” ganhou.
“Estamos mostrando a toda a Paraíba que temos raça, temos peito, temos coração e amor à camisa. Este foi um presente para Cajazeiras. Futebol é paixão”, afirmou o prefeito Carlos Antônio.
No último domingo de julho, o Atlético Cajazeirense de Desportos levantou sua taça de Campeão da Paraíba, vibrou junto com um público jamais visto no Perpetão (quase oito mil pessoas) e comemorou mais um aniversário. E que comemoração…
Desde a sua fundação, em julho de 1948, o time apenas chegou perto da vitória, quando foi campeão do primeiro turno, em 1994. Há oito anos, portanto, as equipes que já passaram pelo futebol profissional cajazeirense vinham se formando e se dispersando, enfrentando duras críticas, chegando, inclusive, a trocar de treinador quatro vezes por rodada.
Com uma larga força de vontade da equipe deste ano, o Trovão Azul do Sertão volta a brilhar, desta vez com mais entusiasmo, por ter conquistado, também uma vaga na Série C do Brasileiro e uma vaga na Copa do Brasil. Salvo, em grande parte, pelo patrocínio oficial do Grupo Rio do Peixe, com o total apoio do presidente e proprietário da rede, José Gonzaga Sobrinho, Deca, assumidamente apaixonado pelo futebol.
 
Celeumas resolvidas
 
Mesmo com um forte patrocinador, cobrindo mais de 60% das despesas, o Atlético apanhou. Foi necessária uma intensa campanha através da imprensa, para obter combustível para as viagens e, principalmente, alimentação para os jogadores. Os altos e baixos com a Federação Paraibana de Futebol também contaram para uma fraca atuação do atlético no primeiro turno.
O ex-presidente do clube, Padre Francivaldo do Nascimento Albuquerque, e a presidente da Federação Paraibana de Futebol, Rosilene Gomes, travaram discussões dentro e fora da imprensa que acabaram desaguando na estruturação do time. Dentre várias questões consequentes, aconteceu a falta de regulamentação de jogadores no início do Campeonato e o time tendo que atuar, nos seus primeiros jogos, sempre com uma formação diferente.
Devido às celeumas, o Atlético acabou perdendo, no mínimo, os seus “mandos de campo”, jogando as quatro primeiras partidas do hexagonal fora de casa. Por obra do destino futebolístico, o Trovão, nessa mesma fase, conquistou sete pontos com duas vitórias, contando com a do Serrano, de 2 x 0, mais um empate com o Campinense, de 1 x 1.
 
 
A arte da união
 
Depois da fase conturbada, o Atlético acabou pegando todos os jogos da fase principal em casa. Vieram saborosos placares para a equipe: Atlético 4 x 1 Treze; Atlético 3 x 2 Serrano; e o mais festejado: Atlético 2 x 0 Sousa. Este último placar, segundo a maioria dos torcedores, o que consagrou a verdadeira vitória ao time, lembrada por causa da antiga rixa entre Cajazeiras e Sousa. Foi outra partida campeã de público no Perpetão, realizada no último dia 21.
Mas, foi o dia 28, no entanto, que ficou registrado na História do Futebol Paraibano e na alma de muitos cajazeirenses que viveram o esporte desde a fundação do time. Segundo a imprensa esportiva local, nos últimos 20 anos, não se ouviu falar num Atlético “tão unido”. Um dos responsáveis por essa arte foi o treinador, Tassiano Gadelha, que atuou dez anos no Auto Esporte, de João Pessoa, tentou ganhar pelo Atlético nas últimas quatro partidas no ano passado, mas, somente este ano, consagrou-se como campeão.
Devido ao afastamento do Padre da presidência do time, Tassiano foi também presidente da Junta que governou o Atlético durante os últimos meses. Outra responsabilidade do treinador, junto com o obstinado preparador físico Eduardo Silvestre, o preparador de goleiros Bartolomeu Pinheiro (o nosso Bartol), além do massagista Afonso Santos, dos mordomos e de dezenas de outras pessoas envolvidas com o time, foi tentar resgatar a auto - estima dos jogadores. A Comissão Técnica conseguiu. O time ficou habituado com o seu próprio contra-ataque, isto é, com os seus gols “de virada” ou nos momentos finais das partidas.
 
 
Eles
 
Acompanhando o perfil do Trovão, o artilheiro Nino Baiano fechou o Campeonato deste ano com 13 gols marcados. Outros bem desenvolvidos dentro do campo, cada um com seu talento individual somado à paciência do treinador: o meia Wellington, o zagueiro Zé Antônio, o lateral Alves, além de Silva e Cacá e outros e outros que, segundo o treinador, “cresceram tecnicamente”, como Edmilson, Berg, Canízio, Joan, Jiqueta, Pedrinho, Miller, Alonso, Pepeu, Almir, Oséas, Eduardo…
Para o jogo contra o Campinense, a equipe estaria montada com Andreon, Alves, Adriano, Zé Antônio e Rinaldo, Naldo, Nildo, Arnaldo e Cacá, Nino Baiano e Magno.
 
 
Pontos
 
Com a partida marcada para as 16h00 do último dia 28, e não acontecendo devido à ausência do adversário, o Trovão acrescentou os três pontos aos 16 que já haviam sido conquistados. Muitos acreditavam que o Trovão revidaria a vitória que o Campinense pregou, no último dia 19 de maio, em Campina Grande, vencendo de 4 x 1.
Além de cinco derrotas e quatro empates, o Trovão contabilizou suas 10 vitórias dentro do Campeonato. Uma das mais folgadas foi sobre o Esporte, de Patos, que tomou oito gols, na tarde do último dia 28 de abril, no Perpetão. Até o arquiinimigo do Atlético, o Sousa, acabou “ajudando”, porque havia ganho do Treze, dias atrás, diminuindo os pontos totais deste, claro, e perdido para o Trovão na última disputa dos dois.
Mesmo que tivesse enfrentado o Campinense, na sua última atuação no Campeonato deste ano, o Atlético teria sido campeão, já que, as outras partidas que ocorreram, na mesma ocasião foram generosas: Sousa 2 x 2 Serrano e Treze 1 x 2 Botafogo, este último ficando, portanto, como vice-campeão paraibano.
 
Ano que vem…
 
Para a Série C do Brasileiro, é trivial o patrocínio da CBF para o campeão. Para o Paraibano do ano que vem, a torcida atleticana espera, para o Trovão, pelo menos os salários dos jogadores em dia, a residência dos atletas com contas de água e luz e aluguel pagos, ônibus e combustíveis garantidos, descomplicações na Justiça e a paz reinando junto à FPF. A sopa também poderia ser mais robusta.
TEXTO PUBLICADO NA EDIÇÃO Nº 7 DA REVISTA OBA!, DE JULHO DE 2002
 

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