sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Garoto potiguar vende dindim e picolé para pagar escolinha de futebol:

Mizael Martins sonha em se tornar lateral-esquerdo e vende dindins para pagar escolinha na Grande Natal. Força de vontade surpreende família e professor,

 
Mizael Martins tem 14 anos e, assim com muitos outros garotos da sua idade, sonha em ser jogador de futebol. Para transformar isso em realidade, o garoto escolheu um caminho de muito suor. Decidiu vender dindins e picolés junto da família para pagar a escolinha de futebol que o irmão frequentava em Parnamirim, na Grande Natal. A decisão foi tomada para não comprometer as contas da mãe, dona Maria de Lourdes. Para ele, o esforço é muito maior que a necessidade financeira: é também uma lição de vida.

Mizael Martins vende dindim para pagar escola de futebol (Foto: Augusto Gomes/GloboEsporte.com)

- Isso é muito bom para a minha experiência porque eu aprendo a ter maturidade. Quando cheguei à escolinha, eu mesmo não quis nenhuma bolsa porque eu sabia que vender dindim poderia me ajudar. Estou me dando muito bem, tanto na escolinha, com meus amigos, como em casa - afirma Mizael.
Os principais compradores dos dindins são os próprios companheiros de equipe e os moradores do bairro onde mora. Em todos os dias de treino, a mãe do garoto produz os dindins, Mizael enche uma caixa de isopor com o produto e percorre dois quilômetros até a escolinha.

A família comercializava picolés antes do menino começar a participar da escolinha de futebol F3S, no bairro Rosa dos Ventos, na região metropolitana de Natal. Quando começou a participar,

conversou com o professor Fábio Silveira e pediu para negociar o preço da mensalidade de acordo com o orçamento que ele ganha com a venda dos produtos. A resposta que ouviu foi de total apoio, mesmo assim decidiu não diminuir o esforço. A mãe, então, passou a produzir dindins para aumentar o cofrinho do garoto.

- Minha pergunta quando ele chegou foi bem direta: quanto é que você quer pagar? E eu achei que ele ia dar um valor bem abaixo do que ele deu. Isso demonstra que ele tem a consciência que é preciso ralar para conseguir as coisas dele - afirmou o professor Fábio, que comanda 80 alunos até 17 anos, em cinco categorias.

Dindins são feitos em casa e vendidos para amigos para pagar escolinha (Foto: Augusto Gomes/GloboEsporte.com)

A dedicação do garoto dentro de campo admira o professor e a família. Mizael trabalha arduamente para se tornar lateral-esquerdo e, ao mesmo tempo, torna-se uma pessoa com a consciência de que a vida é difícil para alguns. O esforço vem dando certo: aos 14 anos, Mizael joga na equipe sub-17 por ter uma boa desenvoltura, além de chamar atenção pela altura (1,82m). Ele não tem pressa para chegar a um grande clube e segue trabalhando para agarrar a oportunidade quando aparecer. Caso a vida reserve outros caminhos, o trabalho não terá sido em vão.

- Qualquer proposta que aparecer eu aceito. Mas, envolvendo tudo, confiar e sonhar são as únicas coisa que me importam agora. Não é pensar só no futuro. E eu creio que mesmo não me tornando jogador eu vou ser uma pessoa melhor por causa do que faço - disse.

Mizael sonha em se tornar jogador profissional na lateral-esquerda (Foto: Augusto Gomes/GloboEsporte.com)

Globo Esporte RN

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