Divulgação / Sinafesc |
Campanha buscar arrecadar cestas básicas para profissionais em vulnerabilidade.
A parada do futebol como prevenção à pandemia do coronavírus não afeta somente clubes, jogadores e comissão técnica. Os árbitros de futebol, como não possuem vínculos empregatícios com as federações estaduais ou CBF, são considerados autônomos e recebem remuneração apenas nas partidas que atuam.
A situação é ainda pior para aqueles que, em função da rotina de arbitragem, não possuem emprego fixo. Com o intuito de auxiliar os árbitros que passam por dificuldade financeira, o Sindicato dos Árbitros de Futebol de Santa Catarina (Sinafesc) promove uma campanha de doações de cestas básicas. A ação é voltada tanto para aqueles que necessitam de apoio quanto para os que desejam ajudar.
- Iniciamos na semana passada a campanha Árbitros Unidos, para tentar ajudar um ao outro nessa paralisação, porque muitos dependem de uma renda extra que o futebol proporciona. No nosso site disponibilizamos um formulário para os árbitros preencherem e relatarem sua situação de vulnerabilidade - explicou Johnny Barros, presidente do Sinafesc.
Até o momento, 17 árbitros já preencheram o formulário solicitando apoio, de acordo com o Sinafesc. Apesar da campanha durar toda a quarentena, o sindicato irá entrar em contato para fazer a doação para os que já informaram precisar do auxílio.
- Felizmente, muitos árbitros já nos ajudaram com as doações - completou Johnny.
A Federação Catarinense de Futebol, por meio do Departamento de Arbitragem, também irá participar da ação, como explica o diretor Marco Antônio Martins.
- Mais importante do que a própria ajuda financeira, é a ajuda em alimentação. A FCF também vai contribuir com as cestas básicas, além do sindicato e dos próprios árbitros. É uma ação conjunta - comentou.
Martins também indicou outra possibilidade de ajuda para os árbitros que não possuem algum vínculo empregatício. Ele orienta para que busquem fazer parte do programa governamental de auxílio de R$ 600 por mês, durante três meses, aos trabalhadores autônomos. Já aprovado pela Câmara e Senado, o projeto espera pela sanção do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para entrar em vigor.
Para ter direito ao auxílio, os autônomos não podem ser titulares de benefício previdenciário ou assistencial, beneficiários do seguro-desemprego ou de programa de transferência de renda federal, à exceção do Bolsa Família; ter renda familiar mensal por pessoa de até meio salário mínimo ou renda familiar mensal total de até três salários mínimos e que, no ano de 2018, não tiverem recebido rendimentos tributáveis acima de R$ 28.559,70.
Em entrevista nesta quarta-feira, o presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, Leonardo Gaciba, afirmou que a entidade máxima do futebol brasileiro irá antecipar o valor equivalente à maior cota recebida no ano passado para cada um dos 486 árbitros que fazem parte do quadro nacional.
O catarinense Ramon Abatti Abel, presente no quadro da CBF desde 2017, valoriza esse apoio. Bacharel em direito, ele também presta serviços como autônomo na área e viu sua remuneração diminuir com a suspensão do funcionamento dos fóruns. Durante a quarentena, ele se prepara física e tecnicamente dentro de casa.
- Estamos recebendo videoaulas da CBF e também mantemos contato constante com o preparador físico da FCF, Jomerson de Carvalho. É uma forma de seguirmos nos aprimorando - afirmou.
Globo Esporte