Neymar fechou a conta no jogo do título do Barcelona sobre a Juventus e ainda se igualou a Messi e Cristiano Ronaldo na artilharia em 2015 — Foto: Getty Images |
Antes de Francisco Horta, europeus também faziam trocas de grandes jogadores entre clubes.
Neymar por Griezmann. Depois da Champions League, a hipótese de o Paris Saint-Germain receber Griezmann para que o Barcelona fique com Neymar. É uma hipótese, uma especulação. E muita gente dirá que serve apenas de manchete para jornais espanhóis que, sem informação, recorrem a Neymar na capa. Pode ser. Mas o assunto dá margem a lembrar a cultura do troca-troca, famosa no Brasil por causa do presidente do Fluminense, Francisco Horta, que motivou o futebol carioca em 1976.
O que pouca gente sabe é que paralelamente ás trocas realizadas no Brasil, a Europa também fazia as suas. Em 1976, a Juventus deu o atacante Anastasi para a Internazionale, em troca de Bonisegna. Dois vice-campeões mundiais de 1970 pela seleção italiana.
Naquele ano, o presidente do Fluminense, Francisco Horta, realizou três trocas grandes com seus três rivais cariocas. Cedeu Manfrini, Miranda e Mário Sérgio ao Botafogo, em troca de Dirceu. Imagine. Manfrini tinha sido herói do título carioca de 1973, Mário Sérgio foi um gênio, campeão brasileiro pelo Internacional. Mas Dirceu foi o homem de três Copas do Mundo, 1974, 1978 e 1982.
Com o Flamengo, Horta ofereceu o lateral Toninho, titular do Brasil na Copa de 1978, e mais o goleiro Renato, reserva de Leão no Mundial de 1974, e Doval, camisa 10 do Flamengo, quando Zico estreou. Em troca, o Fluminense recebeu o goleiro Roberto e o meia Zé Roberto.
Para o Vasco, o Fluminense ofereceu o zagueiro Abel (Abel Braga, reserva de Oscar na Copa de 1978), o lateral-esquerdo Marco Antônio, reserva nas Copas do Mundo de 1970 e 1974, e o volante Zé Mário, atual presidente do sindicato dos treinadores. Em troca, o Vasco ofereceu o zagueiro Miguel.
O troca troca motivou o Campeonato Carioca de 1976, o estadual com maior média de público na história dos torneios regionais, com 19 mil espectadores por jogo, em média. Mas houve muitos outros casos de trocas na história do Brasil. Em 1984, o São Paulo contratou Pita, do Santos, em troca de Humberto e Zé Sérgio. Na final do estadual de 1984, Humberto, camisa 10 do Santos, deu o passe para Zé Sérgio cruzar e Serginho marcar o gol do título.
Nos anos seguintes, Pita se tornou um dos jogadores mais importantes do futebol brasileiro, camisa 10 do São Paulo, e deu a impressão de que a troca foi muito mais benéfica para o São Paulo do que para os santistas.
Na Itália, Seedorf foi cedido pela Internazionale para o Milan em troca do lateral-esquerdo Coco.
Pode?
Em 2001, Pirlo saiu da Internazionale para o Milan trocado pelo croata Brnicic.
Digamos que, se acontecer, a troca Neymar por Griezmann parecerá melhor para o Barcelona, mas será mais equilibrada do que as duas últimas, lembradas na Europa.
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