Treino do Bayer Leverkusen após a retomada das atividades — Foto: Divulgação |
Departamento médico buscou informações com Daniel Jouvin, ex-funcionário rubro-negro e atualmente no clube alemão. Grupos de treinos cresceram de três para seis jogadores.
Vem de um time rubro-negro da Alemanha uma das referências do Flamengo na hora de estabelecer um protocolo para retornar aos treinos em meio à pandemia de coronavírus. O elo está em Daniel Jouvin, ex-funcionário do clube brasileiro e que atualmente trabalha no Bayer Leverkusen.
Daniel trocou informações com Marcio Tannure, chefe do departamento médico do Flamengo. Na Alemanha, o Bayer voltou a treinar há duas semanas e tem tido boa resposta dentro dos parâmetros estabelecidos: não houve nenhum caso de contaminação e foi possível até mesmo aumentar o grupo de atletas treinando juntos.
- O contato foi feito com o Marcio Tannure. Trocamos ideias e experiências neste sentido. Como aqui foi um dos lugares em que o treinamento voltou primeiro, existia essa curiosidade de saber como a coisa estava funcionando. Trocamos informações para que eles possam tirar o que há de bom daqui e adaptar à realidade do Brasil - explicou Daniel, que está no Bayer desde 2010 e foi preparador físico no Flamengo.
O protocolo do Bayer, que inspirou o montado pelo Flamengo, foi colocado em prática há duas semanas, depois de uma autorização das autoridades alemãs.
Todos os jogadores e membros da comissão técnica foram testados para saber se estavam infectados pelo coronavírus. Com todos negativos, foi montado o trabalho com os seguintes pilares:
- Todos respondem um questionário diariamente, com até sete perguntas, respondendo se estão se sentido bem, se tiveram febre, tosse ou contato com alguém infectado
- Grupos de três jogadores foram definidos. A cada 30 minutos chega um grupo, e este é treinado de forma individualizada, respeitando todas recomendações médicas, como distância mínima de 2 metros. São exercícios físicos e técnicos realizados em torno de uma hora.
- Os atletas que precisam de tratamento antes ou depois do treino tratam sempre com o mesmo fisioterapeuta, numa sala isolada, sem contato com as outras pessoas.
- Depois do trabalho, todo o material utilizado é higienizado. Cada atleta leva roupa e material para casa e não toma banho no clube. Todo o centro de treinamento também é higienizado ao fim do dia.
Até o momento, o expediente deu certo. Tanto que, após nova autorização das autoridades, o Bayer aumentou o trabalho para grupos de seis jogadores. A expectativa é ir crescendo gradativamente até que todos possam treinar novamente juntos.
- De forma gradativa, fomos treinando as partes técnica, física e mental, para o atleta ganhar confiança de trabalhar em grupos maiores aos poucos e ter esse convívio social. Esperamos uma próxima autorizaçao para que possamos treinar em dois grupos. Está dando certo. Os atletas se sentem bem, estão confiantes. Não sentimos medo ou insegurança deles - explicou Daniel.
Com as limitações impostas pela pandemia, é natural que os treinos ainda não possam abranger todas as necessidades de uma equipe profissional. Mas, para Daniel, o importante no momento é ter novamente os jogadores dentro de um convívio.
- O momento é de respeitar o que está sendo determinado. A prioridade é a saúde dos atletas. Estamos nos preocupando em ir condicionando o atleta, para esperar a autorização das autoridades para entrar numa fase de desenvolver outras valências.
Apesar de clubes alemães já terem voltado aos treinos, ainda não há previsão para o retorno da Bundesliga.
No Brasil, o Flamengo deseja retornar aos treinos no dia 21 de abril, quando se encerram as férias de 20 dias concedidas aos jogadores. Entretanto, o clube ainda espera um aval das autoridades para confirmar a volta.
Globo Esporte - Flamengo