terça-feira, 23 de junho de 2015

Opinião: Brasil Precisa Entender que Mulher Tanbém Pode Ser Protagonista no Futebol:

A participação das mulheres no futebol ficou mais uma vez em evidência com a campanha do Brasil na Copa do Mundo Feminina da Fifa, que acabou para a seleção brasileira nas oitavas de final, com derrota por 1 a 0 para a Austrália, no último domingo (21).


Vimos críticas de pessoas que não gostam de futebol feminino e aproveitam esses momentos para destilar um pouco de veneno contra as meninas, tachadas seguidamente como “pipoqueiras” e “amarelonas” por não ter conquistado nenhum título da Copa do Mundo e das Olimpíadas. Como se medalhas de prata olímpicas não valessem nada.

A discussão é errada. Não se deve partir das derrotas, nem dos feitos dos times femininos do Brasil. Isso é dar sequência a uma tradição infeliz do esporte nacional que só se preocupa com os atletas de ponta. É assim na mídia, na torcida e nos investimentos feitos por empresas e governos. Sempre o que importa – quando importa – é o alto rendimento.

A questão das mulheres no futebol é mais ampla e envolve uma mais que centenária cultura machista nesse esporte. Tido “esporte para homem”, as mulheres demoraram a ganhar espaço nas torcidas, nas arquibancadas, nas discussões. Até hoje, porém, ainda é comum associar a imagem feminina a de uma pessoa que não entende as regras, nem o que se passa em campo.

Para desmontar essa balela ignorante, basta uma visita a um dos estádios do Campeonato Brasileiro. No Allianz Parque, casa do Palmeiras, onde vou com frequência, é muito mais comum a presença de mulheres nas arquibancadas do que era no passado. Mais do que nunca, elas perderam o medo das críticas e abraçaram o futebol.

O problema é que esse ganho de espaço ainda não se traduziu no ponto onde precisamos chegar. A mulher já mostrou que pode entender, torcer e gostar de futebol. Mas chegou/passou da hora de que todos entendam, elas inclusive, que a mulher pode ser PROTAGONISTA nesse esporte.
Infelizmente, o exemplo da atacante Marta, cinco vezes eleita a melhor jogadora do mundo, não foi suficiente para despertar esse tipo de cultura no Brasil. Lembro quando o Brasil foi vice-campeão mundial, em 2007, uma época em que eu ainda estudava, o quanto aquilo despertou a vontade das meninas para o jogo, para o futebol.

A cultura machista, entretanto, ainda impõe barreiras financeiras e estruturais que não permitem ao Brasil conhecer ao máximo o talento que deixa de ser aproveitado todos os anos. No masculino, por exemplo, qualquer menino que desponte com habilidade nos pés é logo levado pelos pais para os clubes, é visto como uma forma de ganhar dinheiro.

A menina, que hoje também vai com os pais aos estádios, ainda não tem a mesma sorte se mostrar essa habilidade. Não há apoio popular, os pais não querem suas filhas nesse esporte, o investimento não acontece, praticamente não existem categorias de base, se comparado ao masculino, os clubes profissionais são raríssimos e a mídia não dá espaço.

Tudo isso é fruto de uma sociedade que já aprendeu a aceitar que a mulher pode ver e gostar de futebol, mas ainda precisa lidar melhor com a possibilidade de protagonismo delas.
 


Torcedores. Com

FUTEBOL REGIONAL: Campeonato Municipal de Futebol em Paraná, Atlético Caiçara Vence Associação Atlética Caiçara em Jogo Acirrado

Mais um clássico pelo Campeonato Municipal de Futebol do Paraná Edição 2024. Na tarde desse domingo (28) no Estádio Municipal Prefeito José ...