segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

O velho jeito de fazer futebol

Após anos dominada por Ricardo Teixeira, a CBF caiu nas mãos de José Maria Marin, ex-presidente da Federação Paulista de Futebol, e o torcedor continuou ficando em segundo plano, atrás de outros interesses, como políticos e econômicos. A demissão de Mano Menezes, por conta do somatório do trabalho, até não provoca surpresa; o problema é que justo no momento em que as coisas começaram a melhorar ele foi demitido. Logo atrás, saiu André Sánchez, ex-presidente do Corinthians, rival do São Paulo, time preferido por Marin. A Copa das Confederações se aproxima rapidamente, os estádios para o Mundial estão começando a tomar forma, o país começa a viver a Copa mais intensamente. Marin pode ter se assustado com todo o cenário, aliou o momento à possibilidade de fazer mudanças na CBF e não pensou muito para demitir Mano e Andrés. Para os seus lugares, nada de inovar com Guardiola, até porque não há tempo e uma mudança brusca no comando pode levar tempo para dar certo. Assim, ele fez o que os velhos cartolas fazem: trouxe um treinador de nome, Felipão, acompanhado de Parreira como coordenador.

Felipão volta ao comando da Seleção após 10 anos.
Foto: Bruno de Lima/Lancenet

Felipão já fez grandes trabalhos, já foi um dos melhores do Brasil e nesse ano é o grande responsável pelo título do Palmeiras na Copa do Brasil. Mas também tem grande parcela de culpa no Rebaixamento, pois não conseguiu remotivar o elenco para sair da Zona de Rebaixamento. Somando tudo o que se pode dizer sobre o técnico, não era o momento para Felipão, que já começou dando uma bola fora na entrevista ao insinuar que os funcionários do Banco do Brasil não são pressionados no trabalho. Como pode dar certo algo que começou errado lá atrás, em 2010, quando Mano não era a primeira opção e não tinha currículo suficiente para assumir a Seleção? Difícil de responder.
Felipão falou em manter a base, o que é compreensível, pois atletas como Thiago Silva, David Luiz, Marcelo, Dani Alves, Ramires, Kaká, Oscar e Neymar seriam convocados por qualquer treinador. Felipão pode mudar trazendo um goleiro, um zagueiro e um volante da sua confiança, além de mexer no ataque e escolher um centroavante para completar os titulares. No gol, pode até preferir continuar com Diego Alves, que vem mostrando segurança, ou pensar em Júlio César, que sabe Victor ou Fábio, mas alguém com um perfil de liderança; na defesa, Lúcio está sem jogar pela Juventus, mas pode ter os seus serviços requisitados, assim como Gilberto Silva, de boa temporada pelo Grêmio, e que também é homem de confiança do técnico. Para a primeira função do meio campo, Felipão pode escolher um volante mais defensivo, marcador; nesse contexto, Lucas e Sandro, ex-jogadores da Dupla Gre-Nal, podem receber chances, assim como Ralf. Outro corintiano, Paulinho, se continuasse não seria surpresa, pois Felipão (e todos nós) conhecesse a qualidade do camisa 8 corintiano. Para a camisa 9, os centroavantes que jogam no Brasil saem em vantagem: Fred, Luís Fabiano e Leandro Damião são os principais nomes, e pelo menos dois deles podem ser convocados. Além desses jogadores citados, Ronaldinho Gaúcho tem grande possibilidade de voltar à Seleção, desde que se comprometa e acate os pedidos de Felipão.
Tudo acontece de repente e de um modo um tanto estranho. Felipão deu certo em 2002, mas as últimas Copas do Mundo não foram das surpresas, foram dos trabalhos há longo prazo. Se conseguir repetir algo parecido com o que fez há 10 anos atrás, Felipão vai trazer a torcida para o Seleção, e aí já teria um grande aliado para diminuir a diferença para as demais equipes. Mas o tempo curto, a geração de atletas não é mais tão brilhante (ou o futebol mundial teria mudado e o Brasil parado no tempo) e grandes forças vêm aí, como a Espanha e a Alemanha. Na Copa das Confederações já teremos um termômetro do que podemos esperar do público e dos rivais, mas ainda vai faltar muito na preparação da Seleção, pois Felipão só terá 6 meses de trabalho. A torcida, embora cada vez mais desconfiada, parece ainda acreditar que o Hexa é possível.

Fonte: http://futebolserenova.blogspot.com.br/

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