Os grandes gênios da história do futebol se dividem em dois grupos. De um lado, os que se destacaram pelo talento ou pelas conquistas. Do outro, os que deram um passo além: deixaram um legado transformador para o jogo. Exerceram influência.
Pode-se gostar mais ou menos de Pep Guardiola. Difícil é não enxergá-lo como o mais influente treinador de nossos tempos. Faz bem ao jogo alguém disposto a romper paradigmas, experimentar, ousar. Alguém disposto a ganhar ou perder sem romper com suas ideias. Um personagem para quem o resultado, ou o risco de não obtê-lo, jamais se sobrepõe à forma.
O controle do jogo através da posse de bola e do passe, o time agrupado, a linha defensiva avançada, o ataque como orientação. Guardiola acredita no seu chamado "jogo de posição", no time que avança junto, ocupa o campo rival e cria linhas de passe. Mas adverte: para executá-lo é preciso correr muito e ser rápido para destruir. Caso contrário, o contra-ataque está oferecido ao adversário.
Eis o que diferencia Guardiola dos que apenas vencem. Seu estilo impõe um risco que, quando cobra a conta, costuma fazê-lo de forma contundente. Foi assim nos 4 a 0 que seu Bayern sofreu do Real Madrid em 2013. Foi assim, novamente, nos 4 a 1 que o Wolfsburg impôs há 15 dias. Em comum, a mesma fórmula fatal: defesa adiantada, bola perdida no ataque, falta de pressão no rival e contra-ataque. E grandes desastres.
Neste momento, se produz um dos mais fascinantes dilemas do futebol: a pureza do estilo ou o porto seguro de um modelo mais convencional. Guardiola não se deixa tolher pelo risco. Decidiu que o estilo é inegociável. Optou por sua filosofia. Ganhou muito mais do que perdeu até aqui. Colecionou taças. Ainda que, é verdade, tenha tido nas mãos elencos espetaculares. Mas rejeitou o lugar comum. Escolheu o caminho daqueles que transformam o jogo. E o fez. Moldou o jeito de jogar da Espanha multicampeã. Teve influência clara na transformação do sempre pragmático jogo alemão. Sem contar inúmeros times mundo afora.
O risco vale a pena. Vira e mexe, times de Guardiola nos brindam com sinfonias de futebol. Só nesta temporada, o Bayern fez 7 a 1 na Roma, na casa do rival - soa familiar, não? -, e, no último sábado, 8 a 0 no Hamburgo. É daqueles times que jamais geram indiferença. Afinal, justifica-se a expectativa por um show a qualquer momento. Ou, ao menos, de um jogo com identidade própria e aposta no ataque.
A partir desta terça-feira, este Bayern de Guardiola tentará dar um passo adiante: vencer a Liga dos Campeões com o treinador no comando. E o fará numa fase de mata-matas com um toque de imprevisibilidade. Se sobram craques, estrelas globais aos gigantes e milionários europeus, a temporada também tem a marca das interrogações.
A começar pelo próprio Bayern de Guardiola. O alicerce do jogo do treinador é o meio-campo. E seguidas lesões dos meias colocaram o projeto em risco. Schweinsteinger retornou, mas ainda não chegou ao auge. Lahm, Thiago, Javi Martinez e Xabi Alonso seguem fora. O Bayern foi capaz de jogos impressionantes mesmo sem o eixo de seu jogo. O tamanho do dano, se verá quando começar o duelo com o Shakhtar Donetsk, o time ucraniano repleto de brasileiros.
O Barcelona de Messi, Neymar e Suárez vive grande fase. Mas, há um mês, mergulhara na crise. Vive uma transição, uma troca de estilo. Migra do jogo de toques da "Era Guardiola" para um estilo mais vertical, apostando no tridente ofensivo.
Caso semelhante ao do Real Madrid. Sobra poder num ataque com Cristiano Ronaldo, Bale e Benzema. Mas o equilíbrio entre ataque e defesa continua distante. Mesmo diante de rivais frágeis, o time concede chances demais.
O Paris Saint-Germain caminha de mãos dadas com a irregularidade. Tem Ibrahimovic, Lucas, Thiago Silva, Cavani e outros astros. Ma não se impõe sequer no Campeonato Francês. Problemas de relacionamento parecem minar o ambiente. Coisa de milionários.
Por fim, há o Chelsea de José Mourinho. E de Oscar, Willian e Hazard. Não há o superastro. Mas há um dos times mais competitivos da Europa. E que não viveu uma crise até aqui. Impossível descartá-lo. Assim como convém não duvidar, nunca, do Atlético de Simeone.
O mundo vai parar para a reta final da maior competição de clubes do mundo. A globalização em forma de futebol. Se o resultado é imprevisível, uma coisa é certa: o Bayern terá a cara de Guardiola. Para ganhar ou para perder.
Fonte: Blog do Mansur
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