Dissidentes de principal grupo provocam "rivais" e segurança é reforçada em São Januário. Uniformizada tenta ocupar espaço e levantar torcedores contra Macaé
Fim do primeiro tempo e 2 a 0 para o Vasco. A dissidência da maior organizada aproveita a pequena brecha para cantar alto que "acabou o 'caô' e tudo mudou". O aviso ameaçador vem junto com um grito de guerra, com o seguinte trecho: "Força Jovem em movimento, para dispersar o bem nojento". A noite vitoriosa do time de Doriva dentro de campo (o placar contra o Macaé seria de 3 a 0) se deu com clima tenso no ar em São Januário. A divisão do grupo, em disputa de poder, diminui a chance da festa envolver todo o estádio. Uma parte, apesar de cantar sem parar, mas com músicas menos conhecidas do público, não embalou os vascaínos.A briga dos dois grupos trouxe também aumento significativo de policiamento em São Januário. Com relações rompidas com o Vasco, que anunciou o corte de relações nota oficial divulgada durante a semana, sem faixas com o nome da organizada, graças à suspensão ainda em vigor dos estádios, a uniformizada que fica na diagonal da arquibancada era quem costumava puxar as escalações de jogadores. A cena, tão tradicional em muitos estádios brasileiros, não se viu na noite de quinta-feira.
A "Guerreiros do Almirante", uma terceira torcida, que se auto define como não organizada, com paródia da "Decime que se siente" argentina, e diversas músicas, tentou embalar com "Vamos, bacalhau", "Dá-lhe ô, dá-lhe ô, dá-lhe Vasco, dá-lhe ô" e outras variações. Após o bonito gol de falta de Bernardo, enfim, uma mais conhecida: o samba da Unidos da Tijuca, no centenário de 1998, seguida da música exaltação a São Januário, com homenagem a Juninho pelo gol no Monumental de Nuñes, contra o River Plate, na histórica conquista da Libertadores.
Bem ao lado, separados por um cordão policial e grades que normalmente servem para organizar filas na bilheteria, os dissidentes da Força Jovem desafiavam a "situação" com novas provocações e uma antiga paródia de "De repente, Califórnia", de Lulu Santos. Nela, os torcedores cantam que dão "porrada, pulam muro, fumam bagulho, assaltam banco". Episódio parecido ocorreu na vitória sobre o Madureira, no último dia 6, quando a Polícia Militar fez um cordão de isolamento (veja vídeo abaixo).
Apesar da tensão e de uma movimentação tímida em direção ao grupo dissidente no intervalo, logo cortada pelos policiais militares, que cercavam os dois lados, do lado de dentro e do lado de fora não houve confronto entre os torcedores do Vasco, apesar das ameaças e de um "uh, uh, vamos invadir" no fim do jogo. Felizmente, ficou só na ameaça.