"Vai tomar no ... Vai se f... Você estão acabando com o futebol brasileiro. Desse jeito o futebol aqui no brasil vai acabar."
"Você esta de sacanagem. Foi falta lá do outro lado e você não deu nada. isso é sacanagem. Foi sacanagem o jogo inteiro. Você esta é de brincadeira."
Foi desta maneira adulta, construtiva e edificante que Luís Fabiano e Paulo Henrique Ganso brindaram André Luís de Freitas Castro. Ao serem expulsos, logo após deixarem ao São Paulo com nove jogadores, entregue a derrota por 2 a 0 contra o Sport, em Recife. Está na súmula oficial da partida que será base para avaliação da Comissão de Arbitragem da CBF.
A diretoria do São Paulo está sabotando o trabalho de Juan Carlos Osório. Carlos Miguel Aidar e Ataíde Gil Guerreiro agem como se fossem dois reféns de Luís Fabiano e Paulo Henrique Ganso. Os dois não têm a menor vontade de continuar no clube. Está mais do que clara a vontade de seguir para México e Estados Unidos. Estão absolutamente estressados, irritados, tensos. Improdutivos.
A dupla coloca o interesse no Cruz Azul e no Orlando City como prioridade. Continuar no Morumbi, vestindo a camisa do São Paulo é um desprazer para os dois. Só não enxerga quem não quer. Ou quem deseja fazer média com os torcedores. Têm medo da idolatria da dupla.
Luís Fabiano e Ganso estão colocando seus interesses desprezados em primeiro lugar. E demonstram para milhões de pessoas não só futebol lastimável, vergonhoso para seus salários de R$ 500 mil e R$ 350 mil, respectivamente. Mas caçando expulsões que travam qualquer reação em campo do São Paulo.
Ambos tomaram cartões amarelos por reclamação. São experientes, vividos. Ganso sabia que se continuasse a reclamar, seria expulso. Foi o que aconteceu. E Luís Fabiano, se desse um pontapé sem bola, também receberia outro amarelo e ganharia o vermelho. Eles não se acalmaram, não evitaram a crônica anunciada das expulsões.
Como duas estrelas, não permitem ser cobrados por ninguém. Nem mesmo Rogério Ceni se atreve a tentar dar dura nos dois. Osório não consegue. Primeiro por sua personalidade serena demais. Depois porque sabe que a relação da dupla com a cúpula do clube é complicadíssima.
Luís Fabiano não deixou dúvidas ao chegar na Arena Pernambuco para o jogo.
"Infelizmente o negócio não deu certo. Vou continuar no São Paulo."
O recado estava mais do que dado. E de maneira pública. Quando um jogador diz que uma transação envolvendo seu nome, 'infelizmente' não deu certo, é claro que ele deseja ir embora. Qualquer pessoa com dois neurônios compreende a sua vontade.
Ainda mais Luís Fabiano. Jogador problemático. Currículo lotado de expulsões gratuitas, bobas, inexplicáveis. Se entrando focado, tranquilo para as partidas, ele acabava expulso, era mais do que previsível o que aconteceria hoje contra o Sport.
Foi muito amadorismo de Aidar e Ataíde liberá-lo para o jogo. Ingênuo, Osório não sabe tudo o que Luís Fabiano já aprontou e quanto prejudicou a si mesmo e ao São Paulo.
O atacante estava de maneira transparente fora de si. Ele estava e está muito disposto a ir para o México. Conversou com Pintado, auxiliar técnico do Cruz Azul. Acertou salários até o meio do próximo ano. A transação era um prêmio. Ele completará 35 anos em novembro. A princípio, os mexicanos queriam a liberação de graça. O jogador acreditava que conseguiria convencer os dirigentes. Seria uma retribuição pelos anos que passou no Morumbi.
Mas não quis saber. E mandou avisar que pedia 3 milhões de dólares para liberá-lo. R$ 9,5 milhões. A resposta foi como se o jogador tivesse recebido um tapa na cara. Faltam apenas cinco meses para seu contrato acabar. Os mexicanos aceitaram pagar 500 mil dólares, cerca de R$ 1,5 milhão.
Aidar mandou avisar que poderia aceitar. Desde que Luís Fabiano esquecesse R$ 1,5 milhão que o São Paulo lhe deve. O atacante ficou furioso. Disse que não esqueceria dívida alguma. E que ficaria até dezembro. Em janeiro ele procuraria Pintado para ver se o Cruz Azul ainda estaria interessado nele.
O jogador ficou humilhado com a postura dos dirigentes do São Paulo. Ele era muito ligado em Juvenal Juvêncio. Nunca teve relacionamento mais próximo com Aidar e Ataíde.
O que ele fez em Pernambuco foi uma prova de descontrole, no mínimo. A diretoria precisa ter coragem de agir. O melhor seria liberá-lo de vez para o México, pagar sua dívida com o atleta, receber os 500 mil dólares e seguir em frente. Ou então aplicar uma punição exemplar. O grupo precisa saber que o clube tem comando.
Quanto a Ganso, a situação é diferente. Ele não conseguiu se firmar como ídolo no São Paulo. Não jogou nem 10% do que fazia no Santos. Sua contratação foi caríssima, cerca de R$ 24 milhões. O clube tem 32% dos seus direitos. E os avalia em R$ 15 milhões.
Kaká recomendou a contratação do meia. O São Paulo deve R$ 2,4 milhões pelo empréstimo do meia. E mais a arrecadação de um amistoso com o Orlando. Nada foi cumprido.
A direção norte-americana quer oferecer R$ 10 milhões pelos 32% do jogador. A mesma quantia que o Flamengo ofereceu pelo jogador e Aidar recusou.
Ganso já cansou de ser cobrado, xingado pela torcida do São Paulo. A decepção o acompanha em cada passo que ele dê no Morumbi. Osório tentou ajudá-lo como pôde. Até ser humilhado pelo meia. Na semana passada o substituiu contra o Coritiba, foi cumprimentá-lo e acabou desprezado. O jogador se recusou inclusive a pedir desculpas para o técnico durante a semana. Não recebeu qualquer multa, cobrança. Segue como se fosse inatingível no Morumbi.
O que aconteceu hoje em Pernambuco foi muito grande. O São Paulo precisa ser definir o que fazer com Luís Fabiano e Ganso. Os dois estão atrapalhando o time. Recebem salários altíssimos pelo péssimo rendimento.
Infelizmente ter o comportamento de um lorde só trava Osório.
Nervoso com as expulsões, também acabou expulso hoje.
O treinador colombiano quer tentar é sobreviver.
Está apavorado com os próximos jogos.
Cruzeiro, Atlético Mineiro e Corinthians.
E não quer se meter com Ganso e Luís Fabiano.
Chegou a hora de Aidar e Ataíde agir.
Os dois precisam provar que merecem seus cargos.
Não têm medo dos jogadores.
O tempo de Luís Fabiano e Ganso no Morumbi acabou.
Alguém precisa ter coragem de negociá-los.Para o bem do próprio São Paulo...
Blog Cosme Rímoli