"Repito o que eu disse. Foi uma pena de morte. Tivemos o cuidado de trazer membros da Escola Nacional de Justiça Desportiva para conversar com os jogadores. Hoje, o atleta precisa ser atleta 365 dias por ano. Até mesmo nas férias, ele pode ser abordado para realizar exames e não poderá se recusar.
"Acho tudo isso sensacional e fantástico. Mas discordo dessa pena de quatro anos. Suspende o cara por seis meses, depois manda ele dar palestras em clínicas, limpar banheiros, fazendo alguma coisa. Proibiram o Jobson até de treinar. Isso não existe, é um absurdo sem tamanho."
René Simões acaba de resumir o que acontece com Robson. O jogador que jogava no Botafogo está descontrolado. Com vários episódios envolvendo cocaína e crack, ele foi suspenso pela Fifa. Não pode jogar futebol nos próximos quatro anos. O motivo? Se recusou a fazer um exame antidoping quando atuava no mundo árabe, no Al Ittihad.
No sábado passado ele foi detido no Pará. Embriagado, estava dirigindo um carro. Acabou sendo levado para uma delegacia porque tentou fugir.
René tinha pedido para a diretoria do Botafogo ajudar o jogador a tentar diminuir sua pena na Fifa. E também autorizar que ele treinasse no clube. Na parte jurídica, o time carioca tem colaborado. Mas não há como permitir que ele treine. Caso se contunda, ele pode até processar o clube. Já que não tem vínculo algum. Seu contrato não foi renovado, já que ele não pode entrar em campo.
O treinador do Botafogo não esconde de ninguém que teme pela vida de Jobson. Ele não teriacondições psicológicas para superar essa suspensão.
E René, infelizmente, pode ter razão. As notícias que chegam do Pará não são nada animadoras. Ele estaria bebendo, virando noites e noites farreando com amigos.
O delegado Pedro Henrique Cunha de Andrade relatou a rádios paraenses como foi a detenção de Jobson.
"De acordo com os policiais que o prenderam, Jobson fugiu pela cidade. Deram voz para ele parar mais de uma vez, mas ele continuou indo em direção à casa dele. Quando desceu do carro, foi para dentro de casa, e a família tentou protegê-lo, fazer com que ele não fosse preso. Mas foi levado. Só saiu porque pagou a sua sua fiança."
Jobson pagou dois salários mínimos, R$ 1.576,00. Sua carta foi retida. O jogador de 27 anos continua em Belém. Foge da imprensa. E pelos relato de amigos está deprimido, nervoso, tenso. E bebendo muito.
Ele é a imagem de um jogador se apoio psicológico. Não teve estrutura para conviver com o sucesso, com a fama e com o dinheiro.
A direção do Botafogo precisa fazer algo. Não pelo jogador. Pelo cidadão.
É uma questão de humanidade...
