Recordista de defesas de pênalti, Diego Alves é o terror dos artilheiros na Espanha
Poucas coisas são tão angustiantes quanto ouvir o apito do árbitro assinalando uma penalidade contra o seu time. Porém, nos últimos tempos, a torcida do Valencia não tem se atormentado tanto com a bola na marca da cal. Diego Alves explica: “Quando tem pênalti pro adversário, sinto que o estádio inteiro se levanta, na esperança de que eu vá pegar”. Em janeiro, o brasileiro bateu o recorde de Cañizares e se tornou o goleiro que mais salvou pênaltis na Liga Espanhola. Em 39 cobranças, duas foram para fora e 18 pararam em suas mãos — média de quase uma defesa a cada duas penalidades. “Acabei deixando o pessoal mal-acostumado. Até brinco com meus companheiros: ‘Não façam tantos pênaltis assim’. Mas eles confiam em mim. E eu gosto dessa responsabilidade.”
Pelo Valencia, Diego já defendeu 15 pênaltis. Ele se transferiu para Los Che em 2011, após quatro temporadas no Almería. Entre suas vítimas estão os dois maiores craques da atualidade. “É uma honra poder enfrentar Messi e Cristiano Ronaldo no mesmo campeonato”, diz. Em 2013, o goleiro envolveu-se em polêmica com o astro português. Depois de uma vitória de 5 x 0 do Real Madrid, o atacante teria se dirigido a ele com a mão direita espalmada, em alusão ao placar elástico, mas Diego afirma que não era o alvo do deboche. “Foi para alguns torcedores que o provocavam atrás do gol. Cristiano nunca me desrespeitou. ”
Estar em evidência no futebol europeu é um de seus trunfos na briga pela camisa 1 da seleção. Bem cotado com Dunga, o técnico que lhe deu a primeira chance com a camisa amarela, em 2007, Diego Alves disputa posição com Jefferson, do Botafogo. Aproveitou a ausência do concorrente e foi titular nos dois últimos amistosos do Brasil no ano passado. “Diante dos melhores do mundo, você aprende mais. Não sei se levo vantagem por jogar na Europa, mas minha meta é chegar à Liga dos Campeões com o Valencia e continuar subindo degraus até o objetivo maior, que é a Copa de 2018.”
Titular na seleção de 2014 | Crédito: Rafael Ribeiro/CBF