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domingo, 9 de outubro de 2016
Acabou o amor entre Corinthians e Lula. Acusações ao filho, de ganhar sem trabalhar, desprezo ao cargo de conselheiro. E, principalmente, não oferecer condições políticas para pagar o Itaquerão…
A cena aconteceu no último domingo. Lamentável, desrespeitosa. O ex-presidente Lula foi votar em São Bernardo do Campo. Entre vaias e aplausos, uma eleitora fez questão de se aproximar do político que governou o país por oito anos. E não parou de xingá-lo.
"Sem vergonha, vagabundo. Vagabundo!"
Outros eleitores o vaiavam. Enquanto outros o aplaudiam.
O ex-presidente depois de votar, deu uma rápida coletiva à imprensa. E mostrou visão toda particular sobre o que havia acabado de acontecer.
"Eu nem ouvi as vaias. Eram tantos aplausos que eu não ouvi. É como quando o Corinthians entra em campo, vai jogar. Mesmo sendo no Itaquerão, com 99% (de torcedores) do Corinthians, tem meia dúzia de torcedores do outro time que, de vez em quando, vaia o Corinthians. Pergunta se os jogadores do Corinthians ouvem as vaias. Não ouvem, só ouvem os aplausos."
Apesar da audição seletiva do ex-presidente, é bom ele não aparecer no estádio que ele mesmo chama de Itaquerão. E nem mesmo no clube do seu coração. Não será bem-vindo. Longe disso.
Chefes das organizadas e conselheiros perderam todo o apreço que um dia tiveram ao político. Faixas com o rosto do ex-presidente sumiram há muito tempo das arquibancadas.
O Conselho Deliberativo do clube não teve o menor constrangimento em forçá-lo a renunciar. Embora tenha recebido o cargo de conselheiro vitalício em 2003, foi afastado do Conselho Deliberativo por nunca ter ido a qualquer reunião no Corinthians.
A rejeição a Lula no Corinthians vem se acumulando há tempos. Embora ele tenha sido peça fundamental para a construção do Itaquerão e pelo clube ser o que mais recebe da Caixa Econômica Federal, o agradecimento se tornou antipatia.
A perda de poder do Partido dos Trabalhadores influencia diretamente na complicadíssima situação financeira do Corinthians. Quando Andrés Sanchez projetou o pagamento do estádio, suas contas foram simplórias. E levaram em consideração o apoio político de seu padrinho Lula.
Com a queda do Morumbi, graças à influência do ex-presidente Ricardo Teixeira e de Lula, a Fifa aceitou a construção do Itaquerão. Ele deveria custar entre R$ 500 milhões e R$ 600 milhões. Mas acabou exigindo R$ 780 milhões em gastos, segundo Andrés. Lula convenceu a Odebrecht a assumir a obra. O BNDES emprestaria o dinheiro com juros 'especialmente baixos' por causa da Copa. A Caixa seria a avalista.
O ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, ofereceu R$ 420 milhões em CDIS, os certificados de incentivo ao desenvolvimento. Papéis que seriam substitutos de multas e dívidas de empresas com a prefeitura. O Ministério Público considerou ilegal a doação. Depois de uma longa briga jurídica, prefeitura e Corinthians venceram. Mas os promotores prometeram entrar com novas ações, já que consideram que Kassab não teria o direito de dispor de dinheiro público para ajudar um clube particular. A empresas sabem que estas ações ainda podem acontecer e os CDIS seguem rejeitados.
Tentando incentivar o mercado, a Odebrecht comprou cerca de R$ 1,5 milhão de CDIs. Só que ninguém quis seguir o exemplo da construtora do estádio. E os prometidos R$ 420 milhões nunca se tornaram realidade. Com Dilma sofrendo o impeachment e Lula sendo acusado oficialmente de participação na Operação Lava Jato, empresários paulistanos querem distância dos CDIs.
O novo prefeito de São Paulo, João Dória, não quer saber dessa confusão. Apesar de alguns recados, o governante do PSDB não vai se envolver na delicada questão.
Os naming rights do estádio que o próprio Lula chama de Itaquerão, infelizmente para os corintianos, virou motivo de piada. Os seis anos de promessa de Andrés Sanchez se mostraram vazios, frustrantes. Nada dos R$ 400 milhões para qualquer empresa batizar a arena por 20 anos.
O ex-presidente e deputado federal pelo PT, viajou o mundo oferecendo o estádio corintiano, e nada. Conselheiros influentes cobram que Lula, quando tinha poder, deveria ter ajudado politicamente. Feito força, por exemplo, para que a Caixa Federal comprasse os naming rights. Mas ele nem tentou se envolver na delicada questão. Aliados avisaram que ele já havia participado tornando possível o estádio.
E a arena foi batizada pelo Brasil: Itaquerão.
É tratada assim até pelo próprio Lula.
Com os juros, o Corinthians deverá pagar R$ 1,6 bilhão pelo estádio. A dívida vem sendo paga com a arrecadação dos jogos. Desesperada, a diretoria pediu para uma reavaliação do prazo de pagamento da arena. E não está pagando nada desde abril. O que só aumenta os juros.
Lula ficou ainda mais queimado quando Luis Paulo Rosenberg, responsável pelo marketing do clube entre 2007 e 2017, confirmou que o filho do ex-presidente Luis Cláudio Lula da Silva, recebeu R$ 500 mil do Corinthians. E, segundo Rosenberg, 'não trabalhou'.
"Não me lembro de nenhuma tarefa que ele tenha sido convocado para desenvolver ou que ele tenha realizado algo", confirmou Rosenberg à Folha.
Primeiro, Luis Cláudio deveria ter sido auxiliar de preparação física do time principal, de dezembro de 2009 a dezembro de 2010. Depois, de 2011 a 2013 ficou no marketing corintiano.
A Gaviões da Fiel resolveu homenagear Lula em 2012.
Com o enredo Filho Fiel Não Foge à Luta – Lula, o Retrato de uma Nação, fez um carnaval decepcionante. Ficou apenas na nona colocação. Desde então, a principal organizada foi se afastando totalmente do ex-presidente. A bandeira que levava com o rosto do político sumiu das arquibancadas.
Conselheiros e membros das organizadas entendem que Lula ofereceu o estádio. Mas fracassou na hora de dar condições de pagá-lo. Ganhou o apoio total dos corintianos para sua substituta, Dilma Rousseff. Só também virou as costas para o caos financeiro que o clube virou desde passou a pagar a nova arena.
Acabou a admiração.
O ressentimento vem à tona quando Lula é citado.
Mesmo Andrés Sanchez fala cada vez menos do seu padrinho político.
A sensação é clara.
O homem mais importante do PT deveria ter feito muito mais.
Articular a construção do estádio foi importante.
Mas propiciar a maneira de pagá-lo seria fundamental.
Ele usou o poder que tinha pela metade.
Por isso, Andrés e Roberto de Andrade estão encurralados.
Não sabem como pagar o estádio que vale R$ 780 milhões.Mas custará R$ 1,6 bilhão ao Corinthians...
Fonte: Blog Cosme Rímoli
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